terça-feira, 7 de abril de 2009

Sinceridade relativa

Você tem lá, dezenas ou até centenas de pensamentos dentro da sua cabeça. Tem gente que conforme o desenrolar do dia produz uma quantidade infinita de asneiras ou não no cérebro. Mas somos seletivos quanto aos pensamentos que resolvemos compartilhar com os outros. Por diversos motivos.

Alguns desses pensamentos são opiniões, convicções, valores. E esses, ainda sim, às vezes, optamos por omitir dos outros.

E aí eu pergunto. Será que apenas pelo fato de você ter aquele pensamento, por pior que seja, define quem você é? Ou o fato de você ter decidido esconder isso, talvez por saber que não é o mais nobre dos pensamentos, te exime do mau julgamento?

Porque pensemos: se por um acaso você toma um elixir da verdade, um desinibidor de opiniões, um corta pudores, sei lá, cerveja, por exemplo, e decide sair vomitando por aí suas reais opiniões sobre as coisas e/ou pessoas.

Vale a pena considerar o fato de que você estava sob efeito daquela substância e que você tinha decidido, enquanto consciente, não emitir opinião nenhuma?

(se você odeia literatura juvenil de qualidade pule esse parágrafo)

Pra fazer uma relação mais clara deixo pegar um exemplo. A primeira vez que pensei sobre o assunto foi lendo Harry Potter (sim, eu li e gostei). O Harry apesar de ter a vocação para estar na Sonserina segundo veredicto do chapéu que olhou os seus pensamentos (por que quando eu escrevo isso soa tão ridículo e quando JK escreve é ótimo?) escolheu estar na Grifinória. E essa era uma das coisas que o distinguia do Voldemort. A escolha.

(acabou a sessão Harry. Pode voltar a ler)

Eu acho que o que conta na verdade, o que faz toda a diferença é o por que. A razão de você ter decidido não emitir aquele pensamento.

E, por isso, não vou perdoar. O projeto salvação será levado adiante como fachada porque ele será minha carta de alforria. Mas a bem da verdade é que eu quero mais é que se foda. E acho que não será preciso nem torcer muito para que isso aconteça.

*

Se seriados fossem uma religião (e não são?!) a Santíssima Trindade seria composta por



Eu faria um altar em casa, assistiria sermões durante uma hora uma vez por semana, leria livro para saber como faz e até estaria disposto a contribuir com uma graninha pra coisa continuar funcionando. Eu tenho fé!

3 comentários:

marianna disse...

eu não tenho opinião formada sobre isso. mas concordo que a escolha define e muito. só que não acho que seja só ela.

nós não nascemos prontos. o que a gente faz e pensa é resultado das nossas interações sociais. ou seja, pode ser melhorado...

escolher não externar certos pensamentos é louvável e sábio. não pensá-los é melhor ainda, mesmo que seja um processo longo e complicado.

eu acredito em mundos e pessoas melhores :)

Faber disse...

ai, que merda, eu sou curioso e queria saber de quem você está falando. será que sou eu? não lembro de ter falado algo ofensivo. será que eu estava bêbado? xiiii...

ehehehe

e, andré, skins???? nem num sentissimo decanato.

n.º 5 disse...

Sabe o que é o mais engraçado? Assim que você formulou a pergunta o episódio do Potter me veio à cabeça...

Na verdade eu concordo com o chapéu: o que conta são as escolhas que fazemos. Eu não iria tão longe em dizer que o que conta é "o por que". Já ouviu a expressão "de boas intenções o inferno está cheio"?

Acho que toda escolha conta, mesmo aquelas feitas em circuntâncias sobre as quais não temos total controle: sob efeito do álcool, sob efeito da mágoa, ou sob qualquer outro efeito.

Porque as consequências das nossas escolhas recaem sobre nós e sobre aqueles à nossa volta da mesma forma, não importando nossa motivação. E no fim das contas, somos nós mesmos os únicos responsáveis.