terça-feira, 26 de agosto de 2008

Música tema

Nunca fui de prestar atenção em letra de música. Aliás, nunca fui muito de música. Até pouco tempo atrás. E a conclusão que chego agora é que o amor é a matéria-prima mais usada nas composições. E em todos os estilos musicais. Do samba ao rock. Do sertanejo ao pop. Nacional e internacional.

É possível falar/cantar de amor sem ser brega?
Porque para o samba é e para o pagode não?
Tenho a impressão que “É o Amor” com um pandeiro por trás, cavaquinho e na voz de Paulinho da Viola, por exemplo, ia fazer um sucesso estrondoso. Não que ela não o tenha feito, mas carrega o estigma de brega.

#1
Outra vez cheguei tarde
Você quer saber por onde andei
Quase morto de saudade
Meu amor pra você eu guardei
Meu coração
Carregado de amor
Tendo que se ausentar
Abatido só pensa em voltar

#2
Está chegando o momento
De irmos pro altar
Nós dois
Mas antes da cerimônia
Devemos pensar em depois
Terminam nossas aventuras

Um deles, Daniel. O outro, Cartola. Você até pode descobrir quem é quem. E, provavelmente, vai. Mas vai dizer que é assim, imediato?

Não conheço muito nem de Daniel nem de Cartola. Mas sei da fama de ambos. E não estou querendo igualá-los aqui. Até porque a músicas de ambos não se resume às letras e muito menos a esses trechinhos tão curtos.

Só quero frisar a constatação que o amor (correspondido ou não, de amigos ou amantes, possível ou impossível) é retratado em todos os gêneros musicais e variar tanto sobre um mesmo tema acaba falando-se a mesma coisa. Mesmo que de formas diferentes, com instrumentos e arranjos diferentes. Em algum momento Cartola e Daniel se encontram, Alexandre Pires e Paulinho da Viola dividem o mesmo sentido e por aí vai.

4 comentários:

Suzana disse...

qual que é a dúvida? daniel é muuito mais bonitinho que cartola. além de já ter feito até filme com a xuxa.

Vitor Castro disse...

sou outro desentendido de música. mas tem umas coisas que são danadas: "morto de saudade", "meu amor pra você eu guardei", "abatido só pensa em voltar"..., fica difícil comparar.

falam do mesmo tema, mas é justamente na forma de compor que se vê a diferença. Cartola fala que se casar fudeu, tem que decidir pela monogamia, uma espécie de 'falso amor sincero', mas com estilo:

"Está chegando o momento
De irmos pro altar
Nós dois
Mas antes da cerimônia
Devemos pensar em depois
Terminam nossas aventuras
Chega de tanta procura
Nenhum de nós deve ter
Mais alguma ilusão
Devemos trocar idéias
E mudarmos de idéias
Nós dois
E se assim procedermos
Seremos felizes depois
Nada mais nos interessa
Sejamos indiferentes
Só nós dois, apenas dois, Eternamente

Anônimo disse...

eu discordo em quase tudo. do andré, que fique claro. olha a rima do daniel-bonitinho... não há como comparar as duas composições. eu acho.
conversamos sobre isso na sexta, é o amor nunca seria uma canção do paulinho, ainda q o conteúdo se aproxime de zezé de camargo e luciano. eles por sua vez, jamais cantariam algo como 'para um amor no recife'. música sem refrão fácil, sem rima simples, e com mais de 3 minutos não serve pra indústria da cultura de massa.
essa é a diferença fundamental: uma eh feita como produto a outra como criação.

Má Parreira disse...

Alexandre Pires tb fez filme com a xuxa! Merece respeito.