quinta-feira, 17 de abril de 2008

Notícia

Eu não entendo o motivo desse caso da Isabella ter ficado tão famoso. Será tão chocante assim o caso dela a ponto de se destacar a esse ponto? Eu, pelo menos, já ouvi tanto caso mais escabroso que o dela que nunca teve nem uma notinha de pé de página. É só conversar com médico, policial. Eles vão contar coisas absurdas, muito piores que o caso da Isabella. A irmã da ex-empregada da minha vó mesmo. Fazia barbaridades com as filhas a ponto da minha vó adotar uma das crianças.

Não me entendam mal. O caso é escabroso, horrível, inaceitável etc.

Mas porque o caso Isabella foi escolhido para ir a manchete de todos os jornais, revistas e TV? Excluindo a razão "atrocidade peculiar" eu penso logo em pistolão. Alguém envolvido conhece outro alguém influente no jornalismo. Por isso o caso está aí. Mas não sei, esse caso está em todos os lugares. Record, Veja, Globo, JB, FM O Dia.

E o caso da Grabriela que há alguns anos atrás foi vítima de uma bala perdida na saída do metrô da Saens Peña? Quantas vítimas de bala perdida são feitas todo dia? Por que ela esteve no jornal por tanto tempo e até hoje, se você for um leitor ávido de notícias policiais, você vai saber da sentença dos acusados em um periódico por aí?

Madeleine?! Quantas crianças desaparecidas têm nesse mundo? No Brasil mesmo! Por que Madaleine ocupa espaço no noticiário?

Não tenho nem uma teoriazinha para o critério usado pela imprensa para divulgar desgraças. Existe um limite? "Não, essa notícia é muito chocante, não acho que vão se interessar." Ou realmente vale qualquer coisa? Existe um acordo com a polícia? "Olha, esse caso já tá quase resolvido, temos suspeito, um bom depoimento, pode divulgar!" (estou aceitando qualquer tipo de conspiração).

O que eu sei é que estou acompanhando o caso da Isabella sem ter lido nenhuma linha sobre o caso. Está na boca do povo. E eu queria saber o porque.

2 comentários:

Faber disse...

é, eu entendo sua inquietação.
a isabella virou papo pra toda hora e em todos os meios. nas salas de professores tá dando mais ibope que aluno pentelho.

e, que engraçado você escrevendo vó quando se refere a sua avó. ehehehe

Clarissa Mello disse...

Te ajudo.

Todos esses casos que você citou contam com dois elementos importantes. O primeiro, são os fatos que, reunidos, transformam-se em uma novela "gostosa" de acompanhar (suspense, mistério, ação, justiça, romance, traição, enfim). O segundo: aconteceu com a burguesia (atual classe-média / classe média-alta), ou seja, não está nos guetos (favelas, subúrbio, interior), mas na sociedade (capitais, bairros onde vivem a burguesia, etc).

Não tem conspiração, o raciocínio é bem mais simples: vende jornal, atrai anunciantes. Não sou eu quem diz isso, é simplesmente assim que funciona o chamado "sistema".

E sobre esse caso, ah, tem tanta coisa pra falar do que simplesmente aceitar o recebimento das notícias e sei lá, não pensar sobre isso... não pensar coisas como "como podem fazer isso com uma menininha", que isso é um pensamento imediato. Mas, sei lá, aprofundar a questão da coisa... vamo tomar um chopp que eu falo!

Beijos beijos